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CARTA ABERTA

Ocupação Cultural Mercado Sul Vive denuncia ausência do Governo Distrital em Audiência Pública

O Movimento de Ocupação Cultural Mercado Sul Vive organizou uma Audiência Pública da Câmara dos Deputados Distritais na intenção de apresentar propostas e debater, com a sociedade e com autoridades competentes, a construção de caminhos que permitissem dar segurança às ações culturais, sociais, educativas e urbanísticas que já acontecem desde que decidimos ocupar, limpar e abrir à coletividade espaços ociosos no Mercado Sul de Taguatinga, em 07 de fevereiro de 2015.

Nos preparamos, com a mobilização e apoio de vários parceiros, para tratar da desapropriação e cessão de uso de lojas que ficaram fechadas durante anos, mas que, a partir da Ocupação, se tornaram espaços comunitários de troca de saberes, ofícios e moradia, organizados nos princípios da economia solidária, sustentabilidade, pautados no direito à cidade.

Em 23 de junho de 2016, aconteceu a Audiência Pública na Câmara dos Deputados Distritais.

Nenhum dos representantes do Governo de Brasília, formalmente convidados, cujas presenças estavam confirmadas até a véspera, compareceu.

Agradecemos a presença de representantes de diversos movimentos culturais e comunitários, acadêmicos, gestores ligados à área de Economia Solidária e organizações da sociedade civil, assim como os representantes da Terracap, IPHAN-DF e Administração de Taguatinga, e a mediação do Deputado Distrital Wasny de Roure.

Desde o início da Ocupação, temos trabalhado com diversas instâncias do GDF para encontrar soluções, reconhecimento e apoio ao Movimento que, sem um centavo nem alfinete do governo distrital, vem ressignificando, reurbanizando, jardinando e colorindo um pedaço histórico da cidade que estava abandonado pelo poder público e pelo suposto dono. Ações cujas relevância e repercussões extrapolam fronteiras e categorias.

A ausência dos representantes do Distrito Federal nesta audiência evidencia, para nós, o descaso desta gestão com o ser humano, com os movimentos sociais, com a cidade e o bem comum, lamentavelmente confirmado pela intolerância exibida nas recentes negociações com os movimentos por moradia e mobilidade, para citar apenas 2 exemplos, mas que também se expressa no fato de que a própria Audiência Pública do Mercado Sul precisou compartilhar o auditório com o movimento de trabalhadoras e trabalhadores da empresa pública de água e esgoto, Caesb, em greve, a quem prestamos nossa solidariedade.

Registramos, em Ata na audiência e nesta Carta Aberta, nosso Desagravo ao Governo do Distrito Federal, exigindo:

  • Retomada do Grupo de Trabalho, com participação ativa da Secretaria de Cultura e a Subsecretaria de Movimentos Sociais e Participação Popular para definição de estratégias de resolução;

  • Ajustes e conclusão do Dossiê do Processo Mercado Sul, iniciado pela Subsecretaria de Movimentos Sociais e Participação Popular, e atualmente sob responsabilidade da Secretaria de Cultura.

Representamos uma pauta positiva para construção e melhoria da cidade de Taguatinga e acreditamos que é um dever do Governo de Brasília apoiar iniciativas como essa.

Que o direito a cidade prevaleça!